4.2.14

1º MB

“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.” Confúcio.

Filosofia
A palavra filosofia é de origem grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem à palavra sophos, sábio.

Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim a filosofia indica um estado de espírito da pessoa que ama, isto é, daquela que deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.


Pitágoras de Samos teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos. “Quem quiser ser filósofo necessitara infantilizar-se, transformar-se em menino”. (M. Garcia Morente).
 
O que é filosofia?

Definir o que é filosofia não é uma tarefa tão fácil, pois a própria filosofia já foi pensada e repensada desde que o termo foi inventado por Pitágoras, por volta do século VI a.C. A palavra é formada por duas palavras gregas, “filo” que quer dizer amor ou amizade e “sophia” que quer dizer sabedoria ou conhecimento. Filosofia, portanto seria amor pelo conhecimento, pela sabedoria.
Sendo o filósofo um “amante do conhecimento” isso significa que ele não é dono do saber, nem uma espécie de guru ou sábio dogmático. O filósofo é apenas um amigo e amante da verdade que está fora de seu domínio, seu papel é buscar a sabedoria, relacionar-se com ela e dividi-la com os outros.
Na época de Sócrates existia uma classe de sábios chamados sofistas. Eram célebres pensadores que discursavam seus conhecimentos para o público interessado em participar ativamente na política do estado. Agiam com se fossem donos do saber e não endossavam o pensamento crítico. Platão os descreve como aproveitadores e mestres didáticos, mais preocupados com o ganho, com a comercialização do conhecimento, do que com a busca pela verdade.
A filosofia se contrapõe a sofística, pois os sábios sofistas buscavam justificar verbalmente suas teorias usando de artifícios retóricos, e não tinham nenhum compromisso com a verdade. O filósofo, como amante do saber, não dispõe necessariamente deste saber, e o que ele pode fazer de fato é levar outros a buscar junto com ele, o conhecimento.
Sócrates compara o trabalho do filósofo ao de uma parteira que “ajuda” a mulher a dar a luz um filho ou filha, da mesma forma o filósofo “ajuda”, “auxilia” no parto das idéias, para que elas brotem para fora de seu discípulo. Este conceito foi aplicado mais tarde ao termo educação, quando se passou a usar a palavra “educere” que significa “conduzir para fora”, associado ao termo original “educare” que significa “nutrir”.
Platão, aluno de Sócrates, acrescenta que o filosofar é o ato de admirar-se diante da realidade circundante. Essa admiração por sua vez é resultado da reflexão. Podemos olhar um objeto e simplesmente aceitar que ele está ali diante dos nossos olhos, ou, podemos nos perguntar, que objeto é esse? Quem o colocou ali? Qual a sua finalidade? Essa admiração de Platão é aquela mesma admiração das crianças diante do desconhecido, admiração que infelizmente, o homem vai perdendo conforme cresce se adapta e se conforma.


Conhecimento filosófico e senso comum.

A diferença entre conhecimento filosófico e o senso comum é que o conhecimento filosófico promove conhecimento através de métodos criteriosos, somente través de observação experimentação e um esforço de reflexão sobre as hipóteses o conhecimento filosófico anuncia suas premissas e proposições. O senso comum apenas se vale do costume da cultura ou do empirismo para afirmar e considerar suas afirmações como verdadeiras. O conhecimento promovido pelo senso comum geralmente é definido através de ideologias e dogmas que, muitas vezes, não se sustentam sobre a ótica de uma critica mais atenta e desprendia da de preconceitos. O senso comum é promovido e mantido por ideologias, religiões, costume e culturas que não tem a preocupação em verificar ou criticar as afirmações e verdades estabelecidas e tidas como conceitos universais.

Segundo Pierre-joseph Proudhon (A miséria da filosofia), se nós realmente queremos aprender alguma coisa de fato, devemos primeiro imolar um a um os preconceitos que nos ensinaram até aqui. 
Paulo Santos

O Senso Comum
A expressão senso comum designa, também, um conjunto de saberes e opiniões que uma determinada comunidade humana acumulou no decorrer do seu desenvolvimento. Sendo produto das experiências vividas por um povo ou por um grupo social alargado, esse saber comum constitui um patrimônio que herdamos das gerações anteriores e que partilhamos com todos os indivíduos da comunidade a que pertencemos.
Esta herança cultural que constitui o senso comum manifesta-se tanto em relação aos comportamentos ligados à sobrevivência imediata, o comestível e o não comestível, o perigo e a segurança, como em relação aos sentimentos e valores que organizam e situam o desenrolar da vivência dos homens, tais como o belo e o agradável, o bem e o mal, o justo e o injusto.
Dificilmente conseguiríamos sobreviver se não pudéssemos extrair da nossa experiência do mundo e da vida este grande conjunto de conhecimentos que servem de guia para as nossas ações e decisões do quotidiano, de orientador das nossas relações com os outros homens e de instrumento para a nossa adequação ao meio em que vivemos.

Vejamos alguns exemplos de atitudes que podem ser caracterizadas por senso comum:
Quando se está com o intestino “preguiçoso” e alguém diz que ameixa e mamão é bom para ajudar o intestino, o que é que se faz? Comemos mamão e ameixa até dar o resultado que aprendemos como o certo;
  • Esfregar uma aliança de ouro até esquentar e por em cima do “ter-sol” acaba com ele;
  • Chá de camomila acalma;
  • Gatos de três cores são sempre fêmeas;
  • Cortar os cabelos na lua crescente faz com que os cabelos cresçam mais rápido;
  • Chá de boldo cura problemas no fígado.
Isso é senso comum, a utilização de um método criado a partir de uma experiência natural e fazemos sem nem pensar porque nos é passado que surtem resultado. Através de ditos populares o senso comum também se manifesta. No senso comum não é necessário que haja um parecer científico para que se comprove o que é dito, é um saber informal que se origina de opiniões de um determinado indivíduo ou grupo que é avaliado conforme o efeito que produz nas pessoas. Se você prestar atenção na sua vida diária perceberá quantos exemplos de senso comum vivenciamos todos os dias e quanto passamos todos para o grupo que vivemos.

Conhecimento filosófico
Dos vários tipos de conhecimentos, destacamos agora o conhecimento filosófico. Sabemos que conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de criar e transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos. Essa característica é o que nos permite dizer que somos diferentes dos gatos, dos cães, dos macacos e dos leões. Ao criarmos este sistema de símbolos, através da evolução da espécie humana, permitimo-nos também ao pensar e, por consequência, a ordenação e a previsão dos fenômenos que nos cerca. Isso é Filosofia, que nos dá a sensação de estarmos voando quando passamos a aprofundar no conhecimento das coisas.

Conhecimento Filosóficoé fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência.
Na Grécia Antiga temos várias visões e métodos de conhecimento:

  • Sócrates: estabeleceu seus métodos: ironia e maiêutica.
  • Platão: Doxa – a ciência é baseada na opinião.
  • Aristóteles: Episteme – a ciência é baseada na observação (experiência).
A construção do conhecimento fundado sobre o uso crítico da razão, vinculado a princípios éticos e a raízes sociais é tarefa que precisa ser retomada a cada momento, sem jamais ter fim.

 





 

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