20.9.18

“Orientando eles fazem e bem”. Projetos de Pesquisa na Faculdade Integrada de Araguatins - FAIARA.




Sob orientações de Edivan Sampaio Mendes, pedagogo, especialista em Metodologia do Ensino de História e Geografia, professor da FAIARA – Faculdade Integrada de Araguatins, disciplina Fundamentos e Metodologia do Ensino de Geografia, acadêmicos (as) do 4º período do curso de Pedagogia desenvolveram e apresentaram nesta quarta-feira dia 19 de setembro de 2018 Projetos de Pesquisas relacionados as dificuldades dos alunos das séries inicias do Ensino Fundamental e consequentemente os acadêmicos no que diz respeito ao Ensino e Aprendizagem de alguns temas no tocante a geografia.

Dentre os temas pesquisados pelos acadêmicos destaco:

1.    Meios de orientação através dos Pontos Cardeais;

2.    Conservação dos recursos hídricos no município de Araguatins;

3.    O relevo do município de Araguatins;

4.    As quatro estações do ano: primavera, verão, outono e inverno;

5.    Desequilíbrio ecológico da Ilha do Bananal;

6.    Utilização do computador como ferramenta de ensino e aprendizagem da disciplina de Geografia na II fase do Ensino Fundamental.


Durante as aulas foi detectado junto aos acadêmicos do curso de pedagogia dificuldades em relação ao trabalho de vários temas estudados, daí a necessidade de irem a campo em busca de subsídios que pudesse fornecer dados para entendermos os reais motivos que leva os alunos e consequentemente os acadêmicos chegarem a faculdade com dificuldades, por exemplo, em usar os pontos cardeais como ponto de referência/localização.
 
As dificuldades foram várias, desde a elaboração dos projetos de pesquisas, como elaborar um projeto, a escolha dos temas, coleta e seleção de dados, pesquisa de campo dentre outros.

Em relação ao déficit na aprendizagem de Geografia nas séries inicias conforme as pesquisas e o que foi relato pelos acadêmicos vão desde a quantidade reduzida de aulas na disciplina, como formação deficitária dos profissionais que atuam nestas séries, material didático pedagógico insuficiente e ou defasados quanto ao interesse dos profissionais leigos na área.   

Quanto aos acadêmicos do curso de Pedagogia da FAIARA destaco o empenho e esforço destes em buscar minimizar tais dificuldades, uma vez que futuramente estarão em salas de aulas exercendo a profissão com afinco e no momento oportuno estão buscando sanar dificuldades para facilitar o desempenho de suas funções corrigindo o déficit da aprendizagem na disciplina em foco.


 













 

Texto e fotos: Edivanmendes

9.1.18

AMOR, PAIXÃO

                     O coração é o mesmo, mas a forma de manifestar os sentimentos é o que faz a diferença entre o amor e a paixão.
           A paixão é a mãe do sofrimento, já que implica desejo, trazendo a dor por não conseguir o bem do desejo, ou que a idéia seja posta em prática, ou ainda que a pessoa querida seja sua e, tendo conseguido, existirá a dor pelo risco de perder, ou ainda a dor quando perder tudo isto, já que tanto as pessoas, quanto as idéias e objetos, infalivelmente se separarão de nós neste mundo material.
            A partir deste raciocínio, passamos a entender também que a nossa felicidade jamais pode estar calcada em algo que seja exterior a nós,  pois, mais cedo ou mais tarde, perecerá junto com o objeto do desejo, ao passo que a verdadeira felicidade não provém da paixão e sim do amor, já que o amor como sentimento nos une ao eterno, ao cosmo e, consequentemente, a tudo o que existe. Destarte, somente pelo caminho do amor podemos ser felizes e verdadeiramente livres, enquanto pela paixão  tornamo-nos escravos dos bens desejados e infelizes em face da temporalidade dos objetos da paixão.
         “Em geral concebe-se a paixão como um sentimento avassalador. Já o amor é comumente reconhecido como uma emoção que associa entrega, confiança, paz e doação”, explica Camila Aloisio Alves psicóloga e professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
         Quando se ama, a entrega e confiança são os guias da relação, que se solidifica através do reconhecimento do outro enquanto sujeito e não como objeto de prazer.
        A psicóloga Camila Aloisio Alves indica ainda que a grande diferença entre amor e paixão pode estar no fato de, no amor, o intento ser o de alimentar uma vida juntos. “No amor, doar e receber afeto permeiam a construção dos relacionamentos”, diz a psicóloga. Já na paixão, a saciedade e o imediatismo são as formas mais evidentes de viver o sentimento.
             O amor Eros. Ele é definido por Platão como um amor ligado à ideia do desejo. Amar alguém, portanto, significa desejar fortemente aquela pessoa.
              “A partir do momento que eu concretizo o desejo, ele deixa de existir e, desta forma, o amor também deixa de existir”. Ou seja, o amor Eros é o desejo por algo ou alguém que desaparece quando é satisfeito.
         O amor Filos. Esse é defendido por Aristóteles como um amor vinculado à ideia de alegria. Amar alguém é sentir-se alegre com a pessoa que você divide a vida e os sentimentos. Significa que o amor só existe quando faz o casal feliz.
         O amor Ágape. Dentro do pensamento cristão, o amor é idealizado pela renúncia. Amar alguém é ter uma atitude de amor com o outro sem esperar nada em troca. “Você simplesmente renuncia em favor do outro, sem esperar o retorno disso”.
        O Filos é o amor que é associado, por exemplo, à amizade. O amor entre irmãos, ao companheirismo que se desenvolve num casal. Porque, dentro do conceito filosófico, você pode perfeitamente amar uma pessoa sem estar apaixonado por ela.
        A paixão independe do amor e vice-versa.


 

FELICIDADE


              “Todos os mortais estão em busca da felicidade, um sinal de que nenhum deles é feliz”.      Balthazar Gracian.

filosofos-famosos-definem-felicidade

          Para Aristóteles, o mais proeminente dos filósofos metafísicos, a felicidade é o maior desejo dos seres humanos. Do seu ponto de vista, a melhor forma de conseguir ser feliz é através das virtudes. Cultive as boas virtudes e alcançará a felicidade.
Segundo Aristóteles, a felicidade é um estilo de vida: o ser humano precisa exercitar constantemente o melhor que tem dentro dele.
           É preciso cultivar também a prudência de caráter e ter um bom “daimon” (boa sorte), para alcançar a felicidade plena. Por isso, a sua tese é conhecida como “eudaimonia”.
          Aristóteles forneceu a base filosófica sobre a qual foi edificada a igreja cristã. Por isso, existe uma grande semelhança entre o que este pensador propôs e os princípios das religiões judaico-cristãs.

        Epicuro era um filósofo grego que teve muitas contradições com os filósofos metafísicos. A diferença entre eles é que ele não acreditava que a felicidade provinha somente do mundo espiritual, mas também tinha muito a ver com as dimensões terrenas.
         Ele fundou a “Escola da Felicidade” e a partir dela chegou a conclusões muito interessantes.
         Ele postulou o princípio de que o equilíbrio e a temperança davam origem a felicidade. Essa abordagem se reflete em uma das suas grandes máximas: “Nada é suficiente para quem o suficiente é pouco”.
         Ele acreditava que o amor, ao contrário da amizade, não tinha muito a ver com a felicidade. Insistia na ideia de que não devemos trabalhar para adquirir bens materiais, mas por amor pelo que fazemos. 
              Nietzsche acreditava que viver pacificamente e sem qualquer preocupação era um desejo das pessoas medíocres e que não valorizam a vida.
        Para ele, “estar bem” graças a circunstâncias favoráveis ou a boa sorte não é felicidade. Isto é uma condição efêmera que pode mudar a qualquer momento.
Estar bem seria uma espécie de “estado ideal de preguiça“, onde não existem preocupações e sobressaltos.
         Em vez disso, a felicidade é força vital, espírito de luta contra todos os obstáculos que restrinjam a liberdade e a autoafirmação.
         Então, ser feliz é ser capaz de provar dessa força vital, através da superação de dificuldades e criando formas diferentes de viver.
               Para Ortega y Gasset, a felicidade é definida quando “a vida projetada” e a “vida real” coincidem. Ou seja, quando a vida que desejamos coincide com o que realmente somos.
          Este filósofo observou que se nos perguntarmos o que é felicidade, encontraremos facilmente uma primeira resposta: a felicidade consiste em encontrar algo que nos satisfaça plenamente.
         Mas, na verdade, essa resposta não faz sentido. O que é esse estado subjetivo de satisfação plena? Além disso, quais são as condições objetivas para que algo consiga nos satisfazer”?
         Todos os seres humanos têm potencial e desejo de ser feliz. Isto quer dizer que cada um define o que irá fazê-lo feliz; se conseguir construir a sua vida de acordo com os seus desejos, será feliz.

Slavoj Zizek e a felicidade como paradoxo

        Este filósofo acredita que a felicidade é uma questão de opinião, e não de verdade; ele a considera um produto dos valores capitalistas que prometem implicitamente a satisfação através do consumo.

       No entanto, o ser humano é um eterno insatisfeito porque na realidade não sabe o que quer.

As pessoas acreditam que se alcançarem algo melhor (comprar uma casa, elevar o seu status, etc), poderiam ser felizes. Mas, na realidade, inconscientemente o seu desejo é outro e por isso permanecem insatisfeitos.
 
E para você, o que é felicidade?




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O MEDO

         O medo de tomar decisões deriva da insegurança. Quanto mais inseguro, mais medrosa é uma pessoa. Medo de errar, medo de perder, medo de fracassar, medo do desconhecido. Vários medos envolvem a tomada de decisão.
          Biologicamente, sentimos medo como reação natural de preservação da vida. Este medo que nos protege é considerado um “medo bom”, visto que a ausência dele nos deixa expostos à condição de risco. Entretanto, quando ele ocorre de forma exagerada ou irracional, pode nos paralisar, acovardar e roubar nossa liberdade de escolha.
          A filosofia do medo – “igual a este você nunca vai achar” – pode até ser bem intencionada, mas não deixa de ser perversa, uma vez que vem embalada de preocupação e desmerece o estado emocional do outro.
          Ficar prisioneiro do medo é uma forma limitada de levar a vida. Ao nos depararmos com uma situação de insegurança é bom refletirmos à luz da sabedoria do escritor americano Mark Twain: “coragem não é a ausência do medo, e sim o enfrentamento dele”. 
          O medo do dia de amanhã impede que se viva o dia de hoje. “A imprevidência é uma das maiores marcas da sabedoria”, escreveu Epicuro.
          O mundo neurótico em que arrastamos nossas pernas trêmulas de receios múltiplos deriva, em grande parte, do foco obsessivo no futuro. E não estamos falando num futuro paradisíaco, mas num amanhã cheio de trevas e riscos e perdas. Há um sofrimento por antecipação cuja única função é tornar a vida mais áspera do que já é.
          Epicuro, como já foi dito, saldou a imprevidência como um gesto essencial de sabedoria. Volto a ele. Epicuro, numa sentença que o tempo fez antológica, disse que nunca é tarde demais e nem cedo demais para filosofar. Para refletir sobre a arte de viver bem, ele queria dizer. Para buscar a tranquilidade da alma, sem a qual mesmo tendo tudo nada temos a não ser medo, medo e medo. Também nunca é tarde demais e nem cedo demais para lutar contra a presença descomunal e apavorante do futuro em nossa vida. O homem sábio cuida do dia de hoje. E basta.
 

24.8.15


O Crivo das Três Peneiras

 
Augustus procurou Sócrates e disse-lhes:
- Sócrates, preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito de…
Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:
- Espere um pouco, Augustus. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras?
- Sim. A primeira, Augustus, é a da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?
- Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram!
- Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira: a bondade. O que vai me contar gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Não, Sócrates! Absolutamente, não!
- Então suas palavras vazaram, também, a segunda peneira. Vamos agora para a terceira peneira: a necessidade. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?
- Não, Sócrates… Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar.
E Sócrates, sorrindo, concluiu:
- Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros, iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz! Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras por que:
•Pessoas sábias falam sobre idéias;
•Pessoas comuns falam sobre coisas;
•Pessoas medíocres falam sobre pessoas.


 

27.5.14



Verdades da Profissão de Professor

Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
 
Paulo Freire

4.2.14

Filosofia da Educação -I período
TEMAS DE
FILOSOFIA
MARIA LÚCIA DE ARRUDA ARANHA
MARIA HELENA PIRES MARTINS
 
 
CAPÍTULO 6
O conhecimento filosófico
 
Conta à tradição que Diógenes, filósofo grego da escola cínica, século IV a.C., dis­cípulo de Antístenes, aceitando o princípio de que para atingir a verdadeira felicidade é necessário "viver como um cachorro", abandona sua casa e passa a viver em um barril.
Já Euclides, da escola pitagórica, também do século IV a.C, ouviu esta pergunta de um discípulo:
— Mestre, o que ganharei aprendendo geometria?
Como resposta, o famoso geômetra e filó­sofo ordenou a um escravo:
—Dê-lhe uma moeda, uma vez que pre­cisa ganhar algo, além do que aprende.
Essas histórias e muitas outras, que relatam a excentricidade de filósofos antigos e modernos, revelam a imagem mais comum que temos dessas pessoas: são indivíduos com "a cabeça na lua", preocupados com problemas que nada têm a ver com o cotidiano ou com a vi­da prática.
Mas se o filósofo fosse assim, por que, então, condenar Sócrates, na Gré­cia antiga, a morrer bebendo cicuta? Por que proibir a leitura dos livros de Karl Marx?
Talvez a divulgação da imagem do fi­lósofo como sendo uma pessoa "desli­gada" do mundo seja exatamente a de­fesa da sociedade contra o "perigo" que ele representa. Perigo? Que perigo po­de representar um homem que só faz discursos? Que só lida com a palavra?
 
PRIMEIRA PARTE — O que é filosofia
A tarefa da filosofia
 
A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filo­sofia não é um conjunto de conheci­mentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de mais nada, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além da sua pura aparência. Assim, ela po­de se voltar para qualquer objeto. Po­de pensar a ciência, seus valores, seus métodos, seus mitos; pode pensar a re­ligião; pode pensar a arte; pode pen­sar o próprio homem em sua vida coti­diana. Uma história em quadrinhos ou uma canção popular podem ser objeto da reflexão filosófica.
A filosofia é um jogo irreverente que parte do que existe, critica, coloca em dúvida, faz perguntas importunas, abre a porta das possibilidades, faz-nos en­trever outros mundos e outros modos de compreender a vida.
A filosofia incomoda porque questio­na o modo de ser das pessoas, das cul­turas, do mundo. Questiona as práti­cas política, científica, técnica, ética, econômica, cultural e artística. Não há área onde ela não se meta, não inda­gue, não perturbe. E, nesse sentido, a filosofia é perigosa, subversiva, pois vi­ra a ordem estabelecida de cabeça para baixo.
Podemos, agora, perceber a razão da condenação de Sócrates na Antiguidade ou da proibição da leitura de Karl Marx no Brasil pós-64. Ambos foram (e são, ainda) subversivos, perigosos, pois, ao indagar sobre a realidade de sua época, fizeram surgir novas possi­bilidades de comportamento e de rela­ção social. Do ponto de vista do poder estabelecido, mereceram a morte e/ou o banimento de suas obras.
 
O pensamento filosófico
Quando a filosofia surge, entre os gregos, no século VI a.C, ela engloba tanto a indagação filosófica propria­mente dita quanto o que hoje chama­mos de conhecimento científico. O fi­lósofo teorizava sobre todos os assun­tos, procurando responder não só ao porquê das coisas, mas, também, ao co­mo, ou seja, ao funcionamento. É por isso que Euclides, Tales e Pitágoras são filósofos e dedicam-se também ao es­tudo da geometria. Aristóteles, por sua vez, debruça-se sobre problemas físicos e astronômicos, na medida em que es­ses problemas interessam à cultura e à sociedade de sua época.
É só a partir do século XVII, com Galileu e o aperfeiçoamento do método científico (ver Cap. 7), fundado na ob­servação, experimentação e matematização dos resultados, que a ciência co­meça a se constituir como forma espe­cífica de abordagem do real e a se des­tacar da filosofia. Aparecem, pouco a pouco, as ciências particulares, que in­vestigam a realidade sob pontos de vis­ta específicos: à física interessam os mo­vimentos dos corpos; à biologia, a na­tureza dos seres vivos; à química, as transformações das substâncias; à as­tronomia, os corpos celestes; à psico­logia, os mecanismos do funcionamen­to da mente humana; à sociologia, a or­ganização social etc.
O conhecimento é fragmentado en­tre as várias ciências, pois cada uma se ocupa somente de uma pequena parte do real. As afirmações de cada uma de­las são chamadas juízos de realidade, uma vez que se referem aos fenômenos e pretendem mostrar como estes ocor­rem e como se relacionam com outros fenômenos. De posse desses dados so­bre o funcionamento dos fenômenos naturais e humanos, torna-se possível prevê-los e controlá-los.
A filosofia trata dessa mesma reali­dade, mas, em vez de fragmentá-la em conhecimentos particulares, toma-a co­mo totalidade de fenômenos, ou seja, considera a realidade a partir de uma visão de conjunto. Qualquer que seja o problema, a reflexão filosófica consi­dera cada um de seus aspectos, relacionando-o ao contexto dentro do qual ele se insere e restabelecendo a in­tegridade do universo humano. Do ponto de vista filosófico, por exemplo, é impossível considerar a inflação bra­sileira somente a partir de princípios econômicos. É preciso relacioná-la com interesses de classes, interesses políti­cos, interesses sociais. Um país econo­micamente instável é um país política e socialmente instável. À ciência econô­mica interessa somente verificar como a inflação funciona para poder controlá-la, sem se incomodar com os reflexos que esse controle possa ter sobre a sociedade.
É por isso que, sem desmerecer o co­nhecimento especializado buscado pe­las várias ciências, defendemos a neces­sidade da reflexão filosófica, reflexão es­ta que faz a crítica dos fundamentos de conhecimento e da ação humanos. Ca­be ao filósofo refletir sobre o que é ciên­cia, o que é método científico, sua vali­dade e limites. A ciência é realmente um conhecimento objetivo? O que é a objetividade e até que ponto um sujei­to histórico — o cientista — pode ser ob­jetivo? Cabe ao filósofo, também, refle­tir sobre a condição humana atual: o que é o homem? o que é liberdade? o que é trabalho? quais as relações entre homem e trabalho? etc. Nem mesmo a escola foge ao crivo da reflexão filosó­fica: para que exista, é necessário que partamos de uma visão de homem co­mo ser incompleto, portanto educável. Para sobreviver, os animais não preci­sam ser educados, pois guiam-se pelos instintos. Só os "educamos", isto é, domesticamos, para acomodá-los às nos­sas necessidades humanas. O caso dos homens é diferente. Mas para que o ser humano é educado? Para o pleno exer­cício da liberdade e da responsabilida­de ou só para se manter dentro da or­dem estabelecida? Em outras palavras, educamos para que cada homem saiba pensar por si próprio ou para que sai­ba aceitar as regras que outros pensa­ram para ele?
A filosofia quer encontrar o signifi­cado mais profundo dos fenômenos. Não basta saber como funcionam, mas o que significam na ordem geral do mundo humano. A filosofia emite juí­zos de valor ao julgar cada fato, cada ação em relação ao todo. A filosofia vai além daquilo que é, para propor como poderia ser. É, portanto, indispensável para a vida de todos nós, que deseja­mos ser seres humanos completos, ci­dadãos livres e responsáveis por nos­sas escolhas.
Assim, o filosofar é uma prática que parte da teoria e resulta em outras teorias.
 
Características do pensamento filosófico
O trabalho do filósofo é refletir so­bre a realidade, qualquer que seja ela, descobrindo seus significados mais profundos.
Como isso é feito?
Em primeiro lugar, vamos estabele­cer o que é a reflexão. Refletir é pen­sar, considerar cuidadosamente o que já foi pensado. Como um espelho que reflete a nossa imagem, a reflexão do filósofo deixa ver, revela, mostra, tra­duz os valores envolvidos nos aconte­cimentos e nas ações humanas.
Para chegar a essa revelação, a refle­xão filosófica, segundo Demerval Saviani, deve ser:
Radical — ou seja, chegar até a raiz dos acontecimentos, isto é, aos seus fundamentos; à sua origem, não só cro­nológica, mas no sentido de chegar aos valores originais que possibilitaram o fato. A reflexão filosófica, portanto, é uma reflexão em profundidade.
Rigorosa — isto é, seguir um mé­todo adequado ao objeto em estudo, com todo o rigor, colocando em ques­tão as respostas mais superficiais, co­muns à sabedoria popular e a algumas generalizações científicas apressadas.
De conjunto — como já foi dito an­teriormente, a filosofia não considera os problemas isoladamente, mas dentro de um conjunto de fatos, fatores e va­lores que estão relacionados entre si. A reflexão filosófica contextualiza os pro­blemas tanto verticalmente, dentro do desenvolvimento histórico, quanto ho­rizontalmente, relacionando-os a outros aspectos da situação da época.
Assim, embora os sistemas filosófi­cos possam chegar a conclusões diver­sas, dependendo das premissas de par­tida e da situação histórica dos próprios pensadores, o processo do filosofar será sempre marcado por essas característi­cas, resultando em uma reflexão rigo­rosa, radical e de conjunto.
 
 
Ceticismo e dogmatismo em filosofia
A partir do que foi colocado, perce­bemos que para filosofar não podemos manter nem uma atitude cética nem sua contrapartida, uma atitude dogmática perante o mundo e o conhecimento hu­mano. Se, de um lado, necessitamos de certezas, de conhecimento válido para orientar nossas ações, de outro, sabe­mos que essas certezas fazem parte de momentos históricos, de pontos de vis­ta a partir dos quais analisamos o nos­so estar no mundo.
 
 
O ceticismo
O cético, no sentido comum, é aque­le que desconfia de tudo, que não acre­dita nas possibilidades que estão a sua frente. Por exemplo, alguns alunos, no início do segundo semestre letivo, dian­te do seu mau desempenho escolar, tornam-se céticos com relação à possi­bilidade de aprovação e não se esfor­çam mais.
Do ponto de vista filosófico, porém, dá-se o nome de ceticismo à corrente de pensamento que duvida de toda e qualquer possibilidade de se chegar ao conhecimento verdadeiro.
Por exemplo, Montaigne, filósofo francês do século XVI, partindo da idéia de que toda verdade é relativa à épo­ca, ao contexto histórico e à situação pessoal de cada um, afirma que o ho­mem deve renunciar à pretensão de chegar a qualquer certeza. Não há pos­sibilidade sequer de saber se as sensa­ções são reais ou imaginadas. Assim sendo, os homens devem abster-se de emitir qualquer juízo, uma vez que to­da afirmação é passível de dúvida.
Para o cético, portanto, o sujeito é in­capaz de apreender o objeto de conhe­cimento.
Na sua forma menos radical, o ceti­cismo apresenta-se como probabilida­de, isto é, embora seja impossível ter a certeza de que os juízos estão de acor­do com a realidade, pode-se afirmar a probabilidade de que estejam.
A atitude cética é típica das épocas de crise, quando verdades estabeleci­das são destruídas sem que se tenha, ainda, estabelecido novos princípios so­bre os quais fundamentar o conheci­mento e as ações. Nesses momentos, coloca-se tudo em dúvida, examinam-se todas as certezas, opiniões e crenças, numa busca de solo seguro sobre o qual erigir uma nova construção de saber.
Na filosofia moderna, o ceticismo se manifesta através do empirismo de Hume, filósofo escocês do século XVIII, que, como veremos mais adiante, afir­ma que, na impossibilidade de conhe­cer as coisas em si, o homem se baseia na crença ou no hábito para poder agir.
O ceticismo, ainda, inspira a atitude crítica e questionadora da filosofia con­temporânea, colocando questões sobre a relatividade do conhecimento e os li­mites da razão.
 
O dogmatismo
No senso comum, o dogmático, por outro lado, é a pessoa que acredita ter a posse da verdade e se recusa ao diá­logo, não admitindo nenhum questio­namento de suas certezas. Muitas ve­zes, os pais são dogmáticos e recusam-se a colocar em discussão certas regras que, para eles, são as únicas verdadei­ras e corretas.
Em filosofia, entretanto, dá-se o no­me de dogmatismo à doutrina ou ati­tude que afirma, de forma absoluta, a capacidade humana de chegar a verda­des seguras, através do uso exclusivo da razão. É essa mesma crença cega na razão que faz com que o dogmático não admita discussões.
Do ponto de vista histórico, o dog­matismo é a atitude dos primeiros filó­sofos, os chamados pré-socráticos, que têm como certo o poder de conhecer a realidade tal qual ela é. Os sofistas são os primeiros a problematizar a questão da verdade do conhecimento. Entretan­to, é com Kant, no século XVIII, que a denominação dogmatismo passa a as­sumir conotação mais específica. Se­gundo ele, dogmatismo é toda e qual­quer posição que acredite estar na posse da certeza, ou da verdade, antes de fa­zer a crítica da faculdade de conhecer. O "criticismo" kantiano só se define em oposição aos dois perigos inversos: o empirismo (que tem um tanto de ce­ticismo) e o dogmatismo.
                                                 
 
EXERCÍCIOS
1. Levante, de acordo com o texto, as características do conhecimento filosófico.
2. Resuma, em palavras suas, o que é a atitude cética e o que é ceticismo em filosofia. A partir de sua experiência de vida, procure exemplos de atitudes céticas.
3. Resuma, em palavras suas, o que é a atitude dogmática e o que é dogmatismo em filosofia. A partir de sua experiência de vida, cite um exemplo de atitude dogmática.
4. "Cabe a um filósofo ocupar um posto retirado. Um filósofo é a consciência, culpada, cheia de vergonha, de uma sociedade. Parece-me que o filósofo moderno deve ser um pária, um malsucedido, e seria um péssimo sinal, para ele, ser coberto de glória." (René Garrigues.)
a) Explique por que o filósofo deve ocupar um posto retirado, discutindo o conceito de "retirado"
b) Por que o filósofo encarna a consciência culpada da sociedade?
c) Em que sentido o fato de ser bem-sucedido é um péssimo sinal para o filósofo?
5. "É próprio da filosofia o movimento pelo qual, não sem esforços e apalpadelas e so­nhos e ilusões, nos desembaraçamos daquilo que tomamos por verdadeiro e procura­mos outras regras para o jogo. É próprio da filosofia o deslocamento e a transforma­ção dos esquemas do pensamento, a modificação dos valores adquiridos e todo o tra­balho que se faz para pensar de outro modo, para fazer outra coisa, para tornar-se diferente daquilo que se é. Desse ponto de vista, os últimos trinta anos vêm sendo um período de atividade filosófica intensa. A mútua interferência entre a análise, a pesquisa, a crítica 'erudita' ou 'teórica' e as mudanças no comportamento, na condu­ta real das pessoas, em sua maneira de ser, em sua relação consigo mesmas e com os outros foi constante e considerável." (O filósofo disfarçado. In Filosofias: entrevistas do te Monde. São Paulo, Ática, 1990. p. 26.)
a) Discuta a atividade filosófica em face do "ser" e do "poder ser".
b) Mostre a relação entre filosofia e vida, por meio desse texto.
c) Discuta, a partir desse texto, as atitudes cética e dogmática em filosofia.
6. A partir dos textos de leitura complementar de Jaspers (texto 1) e de Bencivenga (texto 2), faça uma dissertação sobre "O que é filosofia".
 

3º MB

Trabalho, Realização e consumo.
O que é trabalho?
O conceito de trabalho é formado por elemento teológico que teve influência no ocidente greco-romano-helenista chegando até os nossos dias. Como mostra o Livro do Gênesis (3, 17); depois de pecar o homem foi amaldiçoado, ficando condenado a extrair seu sustento do suor, do cansaço, do labor de seu trabalho: “comederes maledicta terra in opere tuo in laboribus comedes eam cunctis diebus vitae tuae”.

A concepção de trabalho sempre esteve predominantemente ligada a uma visão negativa. Na Bíblia, Adão e Eva vivem felizes até que o pecado provoca sua expulsão do Paraíso e a condenação ao trabalho com o “suor do seu rosto”. A Eva coube também o “trabalho” do parto.
O termo trabalho é originário do latim tripalium, que designa instrumento de tortura. Por extensão, significa aquilo que fatiga ou provoca dor.  Na etimologia da palavra trabalho, ou (tripalium), do Latim, um instrumento romano de tortura, espécie de tripé formado por três estacas cravadas no chão, onde eram supliciados os escravos. "tri" (três) e "palus" (pau) - literalmente, "três paus". Daí o verbo tripaliare (ou trepaliare), que significava, inicialmente, torturar alguém no tripalium.
Será que trabalhar é uma condição essencial ao homem? Ou o homem só trabalha por necessidade e pela ameaça de extinção se não trabalhar?
 
O Trabalho na antiguidade
Dizia Aristóteles, sobre o trabalho: “Todos aqueles que nada têm de melhor para nos oferecer que o uso de seu corpo e dos seus membros é condenado pela natureza à escravidão. É melhor para eles servir que serem abandonados a si próprios. Numa Palavra, é naturalmente escravo quem tem tão pouca alma e tão poucos meios que deve resolver-se a depender de outrem […] O uso dos escravos e dos animais é aproximadamente o mesmo.”(RIBEIRO, L. p.196).
Na cultura grega, cabia aos cidadãos a organização e o comando da polis. As funções dos escravos eram restritas à atividades inferior de transformação da natureza em um bem determinado pelas camadas superiores.
Em Roma, permaneceu a divisão entre a arte de governar e o trabalho braçal. Sendo o império fundado na escravidão, o trabalho braçal era visto como degradante e destinados aos povos dominados, tidos como seres inferiores.
 
O Trabalho na economia de mercado
No capitalismo o trabalho se transforma em valor de troca onde o homem vende sua força de trabalho para realizar a reprodução social – consumir e produzir. É um trabalho alienado onde o trabalhador não se reconhece naquilo que produz, não domina todo o processo de produção. O trabalhador não é o dono dos meios de produção e de trabalho, estes pertencem ao capitalista, que se baseia no lucro e na mais-valia, ou seja, no excedente do trabalho humano, que não é repassado ao trabalhador.

Ocorreu a separação entre o trabalhador e a propriedade dos meios de produção. Desse modo podemos afirmar que a essência do sistema capitalista encontra-se na separação entre o capital e o trabalho.

No século XVII, Pascal inventa a primeira máquina de calcular; Torricelli constrói o barômetro; aparece o tear mecânico. A máquina exerce tal fascínio sobre a mentalidade do homem moderno que Descartes explica o comportamento dos animais como se fossem máquinas, e vale-se do mecanismo do relógio para explicar o modelo característico do universo (Deus seria o grande relojoeiro!).

Para
Kant, o homem é o único animal voltado ao trabalho. É necessária muita preparação para conseguir desfrutar do que é necessário à sua conservação. Mesmo que todas as condições existissem para que não houvesse necessidade do homem trabalhar, este precisa de ocupações, ainda que lhe sejam penosas. A ociosidade pode ser ainda um maior tormento para os homens.

Michel Foucault tem outra perspectiva: em todos os momentos da história, a humanidade só trabalha perante a ameaça de morte, qualquer população que não encontre novos recursos está voltada à extinção e, inversamente, à medida que os homens se multiplicam, empreendem trabalhos mais numerosos, mais difíceis e menos fecundos. O trabalho deve crescer de intensidade quanto maior for à ameaça de morte e, por todos os meios, terá de se tornar mais rentável, quanto menos acesso as subsistências existirem.

Para
Marx, o trabalho é o prolongamento da atividade natural do homem, mais tarde conclui que a força de trabalho é uma mercadoria e que, para viver, o proletário vende ao capital.

Segundo Marx, o trabalho denuncia uma exploração econômica e uma situação em que o homem não se revê no seu trabalho mecanizado e repetitivo, ou seja, não obtém a realização profissional que deveria obter, referindo-se a uma essência do homem que seria suposto o trabalho completar.

Consumismo: felicidade maquiada
A Propaganda vende felicidade ou infelicidade?
Através de meios de comunicação como rádio, televisão, jornais, revistas, outdoors, internet, entre outros, a mídia tem realizado o seu trabalho de convencer as pessoas a consumir. Para isso utiliza-se de artistas famosos que incitam o público a comprar os produtos. O homem cresce vivenciando esse mundo manipulado pela mídia, e acreditando que a felicidade possa ser encontrada quando se adquire determinada marca de roupa, calçado, carro, jóia, celular, entre outros. Divulga-se a ideia da felicidade comprada. O papel da propaganda é nos deixar infelizes com que temos e criar o desejo de possuir o novo para ser feliz.

O indivíduo que cresce nesse ambiente consumista dificilmente aprende valores subjetivos que o edificam como ser pensante e emotivo. Decorre disso a dificuldade de se preencher o vazio interior, o que é buscado no consumo de bens concretos e superficiais. Tais bens são dispensáveis à felicidade? Difícil saber. Eles trazem a realização pessoal buscada pelo homem?

Jonh Locke
, disse que, ao vivermos em sociedade, somos de certa forma obrigada a nos moldar a seus contornos. Vivemos em uma sociedade capitalista, uma sociedade em que o consumo desenfreado parece ser a cada dia mais comum, seguindo uma lógica como: "compro, logo existo". As pessoas perderam sua individualidade, são agora simplesmente consumidores.

Agora, na era da informática, esse consumo foi até facilitado, por meio da internet. No cotidiano, o consumismo é estimulado e vendido como felicidade.


1) O que é a realização humana?
2) O que é o trabalho?
3) De que forma a realização humana pode estar relacionada positivamente ao trabalho?
4) Todo o trabalho humano pode ser considerado fonte de realização? Justifique.
5) Explique porque o trabalho já possuía uma visão de punição no Antigo Testamento.
6) Explique porque, muitas vezes, há conflitos entre o trabalho e a realização humana.
7) Como era compreendido o trabalho na Antiguidade greco-romana?
8) De que forma Aristóteles justifica a escravidão?
9) Que importância tinha o ócio às culturas grega e romana?
10) Como era compreendido o trabalho no período medieval?
11) Que diferenças podem ser apontadas entre as justificativas sobre o trabalho braçal na Antiguidade e na Idade Média?
12) De que forma a economia de mercado compreendia o traba
lho?




A história do trabalho

 O início
No passado, o homem trabalhava para produzir o que consumia, seja em roupas, alimentos ou moradia.
Ao constituir as primeiras sociedades, ou povos, o trabalho era recompensado por mercadorias (escambo), como uma espécie de troca.
Até então, era possível obter um trabalho através de uma simples conversa, sem exigir qualquer tipo de documentação ou comprovação de experiência anterior.

O trabalho escravo

Com a introdução da pirâmide social, aos menos favorecidos, foram atribuidos trabalhos sem remuneração, e em geral sequer recebiam em contrapartida, moradia e alimentação para a sua subsistência.
Predominavam os deveres do trabalhador, sem direito algum.



Trabalho formal
Com a chegada da industrialização, a partir do século XVIII e XIX, foi criado o trabalho formal, onde eram definidas as tarefas e a remuneração devida.

O contrato de trabalho

No século XX, foi instituído o contrato de trabalho, contendo regras que regem os direitos e deveres entre patrões e empregados.
Criou-se então, as primeiras classes trabalhadoras, com a classificação em cargos, funções, atribuições e salários.

A CLT

No Brasil, mais especificamente no Governo de Getúlio Vargas, foi instituída a maior legislação trabalhista do País, a CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas, representada pela popular carteira de trabalho, onde o trabalhador brasileiro passou a ser reconhecido pelos seus direitos, além de receber benefícios como férias, décimo terceiro salário, FGTS, aposentadoria, entre outros.
Foi uma solução para garantir um sustento mínimo para as necessidades do trabalhador e de sua família, frente ao capitalismo selvagem voltado a vida de consumo crescente.


Notas:
05/07/1962 - Introduzido o 13º salário
13/09/1966 - É criado o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)



Terceirização
A partir de 1980, diante de um mercado competitivo, as empresas passaram a atuar com foco dirigido tão somente ao negócio.

Todas as outras atividades, consideradas de apoio, foram trasferidas paulatinamente para empresas externas, processo esse denominado de terceirização.
Isso resultou em um deslocamento da mão-de-obra das empresas para as chamadas consultorias externas ou empresas de prestadora de serviços.

O trabalho informal
Diante de um mercado recessivo, com muito mais demissões que contratações, surgiu o trabalho informal, através de serviços sem documentação ou qualquer tipo de registro.
Embora sem direitos ou garantias do amanhã, para muitos foi a única saída.

Cooperativismo
Devido ao aumento da classe trabalhadora sem registro em carteira, muitos com os chamados de "contratos de gaveta", e até com vínculo informal, foi constituído um novo setor na absorção da mão de obra, o das cooperativas de trabalho.


É uma forma de contratação oficial, através da própria carteira de trabalho, onde o trabalhador contratado por uma determinada cooperativa fica lotado na empresa contratante dos serviços desta.
Todo tipo de vínculo, sejam documental, direitos, deveres ou benefícios é entre o trabalhador e a cooperativa.

Qualificação no trabalho
Com o surgimento do computador, e o crescente uso da tecnologia no trabalho, ela (a tecnologia) tem auxiliado e até substituído o homem em muitas de suas tarefas.
Assim, o trabalho no mundo moderno exige cada dia mais uma qualificação do trabalhador.
Aqueles que não conseguem a qualificação exigida, estão a mercê do desemprego.
Trata-se de um realidade cruel.