O Crivo das Três Peneiras
Augustus
procurou Sócrates e disse-lhes:
- Sócrates,
preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a
respeito de…
Nem
chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e
perguntou:
- Espere
um pouco, Augustus. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
-
Peneiras? Que peneiras?
- Sim. A
primeira, Augustus, é a da verdade.
Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?
- Não.
Como posso saber? O que sei foi o que me contaram!
- Então
suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos então para a segunda
peneira: a bondade. O que vai me
contar gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Não,
Sócrates! Absolutamente, não!
- Então
suas palavras vazaram, também, a segunda peneira. Vamos agora para a terceira
peneira: a necessidade. Você
acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve
alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?
- Não,
Sócrates… Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta
do que iria contar.
E
Sócrates, sorrindo, concluiu:
- Se
passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros, iremos
nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos
para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser
sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz! Da próxima vez que
ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo
das três peneiras por que:
•Pessoas sábias falam
sobre idéias;
•Pessoas comuns falam
sobre coisas;
•Pessoas medíocres falam
sobre pessoas.
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